Expor alguém a situações humilhantes, depreciativas e constrangedoras, de forma repetitiva e prolongada é um crime chamado Assédio Moral. Ainda não é muito conhecido em nosso país, mas percebido e sentido pelas vítimas, que se sentem mal com a situação, embora não saibam defini-la. Demonstrar insatisfação com o que seria "apenas uma brincadeira' - como acontece no ambiente de trabalho, ou nas escolas, por exemplo -poderia evidenciar insegurança. Preferem suportar sorrindo.
Normalmente os agressores alucinados escolhem pessoas frágeis, fáceis de serem agredidas com 'sucesso'. Porém, seja quem for o escolhido para o ataque, atinjam ou não seu objetivo mórbido, o assédio moral é evidente ao menos na intenção de anular o outro pela imposição, pela agressão, às vezes dissimulada, outras vezes às claras para quem quiser ver.
A insistência, a repetição cansativa na agressão e no deboche muitas vezes destrói a vítima. Há casos, por exemplo, em que pessoas acabam perdendo o emprego. Por não suportar mais o assédio, elas pedem demissão. O assédio moral, impiedoso, está sempre ao nosso lado e, diversas vezes, participamos ao rir e transformar a maldade em divertimento, sem perceber seu verdadeiro significado.
A insistência, a repetição cansativa na agressão e no deboche muitas vezes destrói a vítima. Há casos, por exemplo, em que pessoas acabam perdendo o emprego. Por não suportar mais o assédio, elas pedem demissão. O assédio moral, impiedoso, está sempre ao nosso lado e, diversas vezes, participamos ao rir e transformar a maldade em divertimento, sem perceber seu verdadeiro significado.
Dois exemplos:
- O chefe direto de uma conhecida - chefete, melhor dizendo - fazia com ela constantes 'brincadeiras' sobre sua constituição física, por não ser aquela típica brasileira bunduda. Todos em volta achavam graça com as piadinhas constantes, inclusive ela que se sentia cada vez mais constrangida. A situação foi se agravando até que ela passou a evitar os locais em que ele poderia estar. Não havia um único colega que percebesse a malícia embutida nas brincadeiras e, muito menos, o mal que eles próprios causavam com as risadas . Quando não suportou mais, ela pediu demissão e passou mais de um ano à procura de outro emprego.
- Quando criança, entrou em nossa turma no colégio uma menina mulata(*) e aparentemente com bem mais idade que os outros. A líder da turma começou com umas brincadeirinhas - maldosas e bem desagradáveis - que levava todos às gagalhadalhas. A menina não dizia nada, não fazia nada. Só ouvia. Como na época era uma pateta, talvez sentisse tanto quanto ela e agia da mesma forma que ela. Mas isenção nunca foi solidariedade. Maria Celeste, o nome dela, um dia sumiu, não voltou mais. Com pouco tempo saiu do colégio. Não lembro o nome de nenhuma das outras crianças, mas o nome dela nunca esqueci. Dizem as boas línguas que, justamente por conta de sua ingenuidade, às vezes as crianças cometem maldades 'sem perceber'.
(*) que não me venham os adeptos da substituição da palavra negros por afro-brasileiros dizer que chamar alguém de 'mulata' é ofensa. Quem ofende são aqueles que vêem uma denominação natural como se fosse xingamento.